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Normalmente, quem paga mais é campeão.

A relação entre os salários de uma equipa e a os títulos de campeão é sempre muito forte, e faz sentido.

As equipas que têm os melhores jogadores e treinadores são normalmente mais bem sucedidas, e quem tem os melhores tem de lhes pagar muito bem.

Por isso, quem paga mais, tem mais possibilidades de ser campeão.

 

É isso que tem acontecido em Portugal, nos últimos doze anos.

Só por duas vezes, em 2002 e 2005, o campeão não foi o que gastava mais em salários.

Em 2003, 2004, o FC Porto de Mourinho foi campeão, e era o que gastava mais.

O mesmo se passou com o FC Porto de Co Adriaanse e Jesualdo Ferreira, entre 2006 e 2009; e com o FC Porto de Villas-Boas e Vítor Pereira, entre 2011 e 2013.

Em todos esses anos, o FC Porto foi campeão e também foi a equipa que mais gastou em salários, e portanto a que melhor e mais bem pagos jogadores tinha.

E, no ano em que Jesus foi campeão, em 2010, foi o Benfica a equipa que mais gastou em salários, o que só confirma a regra que quem paga mais é, quase sempre, campeão.

 

E este ano, quem vai à frente na despesa em salários e quem vai à frente no campeonato? Pois é, o Benfica.

Segundo o relatório semestral à CMVM, o Benfica gastou com os seus jogadores e treinadores cerca de 23 milhões de euros em seis meses.

Já o FC Porto fica-se pelos 17,8 milhões de euros, bastante abaixo do rival, o que não é de estranhar, pois esta época não tem Hulk, Moutinho, James, e jogadores como Josué, Licá, Carlos Eduardo ou Ghilas ganham muito menos, e também valem muito menos.

 

A única coisa que é de estranhar não é o FC Porto estar atrás do Benfica, mas sim estar atrás do Sporting no campeonato.

Segundo o relatório de contas do Sporting, o clube gastou apenas 11,6 milhões de euros em salários de jogadores e treinadores, menos de metade do Benfica e bem menos que o FC Porto. 

Seria de esperar que o Sporting estivesse em 3º e o FC Porto em 2º, mas a inversão de posições pode ser explicada pelos méritos do treinador.

Leonardo Jardim consegue expandir e potenciar o que tem, mas Paulo Fonseca não o tem conseguido, e apesar de ter um plantel mais valioso e bem pago do que o clube de Alvalade, arrisca-se a acabar em terceiro.

Já Jorge Jesus, está a fazer o que se espera dele.

Com muito bons jogadores e muito bem pagos, está sem surpresas em primeiro lugar, e só um desastre grave impedirá o título.

publicado às 12:15


Sobre o autor

Domingos Amaral é professor de Economia dos Desportos (Sports Economics) na Universidade Católica Portuguesa. É também jornalista e escritor e tem o blog O Diário de Domingos Amaral.

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oeconomistadabola@gmail.com

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