Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Domingos Amaral
Ontem, soube-se que o maior milionário chinês, o senhor Wang Jianlin, vai comprar em breve cerca de 20% do Atlético de Madrid.
A parceria já vinha começando de há uns anos para cá, e o milionário chinês, com 59 anos e fanático por futebol, decidiu aprofundá-la.
JianLin é dono do Wanda Group, tem uma fortuna avaliada em cerca de 16,2 mil milhões de euros, e no seu país é um dos principais patrocinadores da liga nacional.
Agora, quer avançar em força para a Europa, e o Atlético de Madrid será a sua aposta.
Com as novas regras do "fair play" financeiro da UEFA, e com a eminente proibição dos fundos que compram jogadores, é fundamental que os clubes europeus atraiam investidores e novos accionistas.
O dinheiro terá de entrar pela compra de acções das SAD´s, que terão de abrir o seu capital a quem deseja investir, mas já não o pode fazer pela via dos jogadores, como os fundos faziam.
Em Inglaterra, ou em França, a compra dos clubes de futebol é já um hábito. O mesmo se passa na América, onde no basquetebol, no futebol americano, no basebal ou mesmo no soccer, os clubes desportivos são propriedade de milionários ou grandes empresas, como a Disney ou a Fox.
No entanto, no Sul da Europa, os milionários exóticos ainda são mal vistos, e os sócios dos clubes desejam continuar a mandar. É esse o caso do Barcelona, do Real, e por cá dos três grandes. Ninguém ainda se aventurou em mares navegados por milionários.
Contudo, esta compra de 20% do Atlético de Madrid pelo chinês JianLin é um raio de esperança. Talvez seja isto que os clubes portugueses necessitam. Um sócio não maioritário, mas milionário, que invista neles.
Peter Lim, o milionário que parece estar com sérias dificuldades de comprar o Valência, devia olhar para o Benfica, por exemplo. O Benfica tem receitas maiores que o Valência, está bem à frente do Valência no ranking da UEFA, e vende jogadores muito melhor que o Valência.
Não seria mais lucrativo para Peter Lim apostar no Benfica, e não no Valência, num cenário semelhante ao do Atlético de Madrid? Comprar 20% parece aceitável, e as relações com Vieira são boas.
Julgo que situações destas vão ter de acontecer, mais tarde ou mais cedo, no futebol português.