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Domingos Amaral
O valor de mercado de uma seleção é um bom indicador para prever se ela passará a fase seguinte do Mundial?
Provavelmente não, mas vamos à análise de cada um dos grupos.
Para isso, uso a avaliação de mercado feita às 32 seleções pela empresa brasileira Pluriconsultoria, que publica excelentes relatórios económicos sobre futebol.
Somando o valor de mercado dos 23 convocados, chega-se ao valor de mercado de cada seleção.
Vejamos então o que se passou no Grupo A:
Passam Brasil (que vale 508,7 milhões de euros) e México (que vale 47 m€, o que eu acho pouco, mas é esse o valor atribuído).
Foram eliminadas a Croácia (162,9 m€) e os Camarões (122,7 m€).
Portanto, o México conseguiu eliminar 2 seleções com um valor de mercado muito superior, o que é muito bom.
No grupo B:
Passam a Holanda (que vale 161,6 m€) e o Chile (135,4 m€), e foram eliminadas a Espanha (504 m€) e a Austrália (23,6 m€)
Nenhuma surpresa quanto à Austrália, mas Holanda e Chile conseguem vencer uma seleção espanhola que vale mais de três vezes que qualquer uma delas.
No grupo C:
Passam a Colômbia (vale 218,6 m€) e a Grécia (64,7 m€) e são eliminadas a Costa do Marfim (129,1 m€) e o Japão (105,8 m€)
Se não existe surpresa na passagem da Colômbia, a Grécia consegue um feito notável, eliminando duas seleções mais valiosas.
No Grupo D:
Passam a Costa Rica (vale 20,8 m€) e o Uruguai (vale 185,2 m€) e ficam pelo caminho a Itália (vale 315,8 m€) e a Inglaterra (312 m€).
Este é o grupo mais surpreendente, pois é vencido pela seleção menos valiosa do Mundial, e são eliminadas as duas mais valiosas do grupo, Itália e Inglaterra.
Neste grupo, a economia foi totalmente derrotada pela eficácia desportiva.
No Grupo E:
Passam a França (vale 373,4 m€) e a Suíça (124,1 m€) e foram eliminadas o Equador (vale 69,2 m€) e as Honduras (24,3 m€)
Nenhuma surpresa neste grupo, vence o mais forte, passam os mais valiosos.
No Grupo F:
Passam a Argentina (vale 475,2m€) e a Nigéria (vale 89,5 m€) e foram eliminadas a Bósnia (vale 121 m€) e o Irão (21,9 m€)
Nenhuma surpresa quanto ao vencedor, mas a Nigéria eliminou a Bósnia, que tem um valor de mercado mais elevado.
No Grupo G:
Passam a Alemanha (vale 465,5 m€) e os Estados Unidos (51,3 m€) e foram eliminadas Portugal (vale 309,6 m€) e o Gana (84,3 m€).
Duas surpresas, pois Portugal e Gana têm um valor de mercado superior aos EUA, mas foram eles que passaram.
No Grupo H:
Passam a Bélgica (vale 319,6 m€) e a Argélia (63 m€) e foram eliminadas a Rússia (vale 169 m€) e a Coreia do Sul (46,1 m€).
Também aqui há uma surpresa, pois a Argélia tem um valor de mercado inferior ao da Rússia, mas conseguiu eliminá-la.
Em conclusão, podemos dizer que neste Mundial 2014, o valor económico das seleções não é um indicador muito fiável para avaliar das suas capacidades.
Croácia, Camarões, Espanha, Costa do Marfim, Japão, Itália, Inglaterra, Bósnia, Portugal, Gana e Rússia, um total de 11 seleções, foram afastadas da prova por seleções com menor valor de mercado.
As grandes surpresas são a Costa Rica e o México, as menos valiosas que conseguiram seguir em frente.
Por fim, deixo aqui um quadro com os embates dos oitavos de final, em valor de mercado:
Brasil (508,7 m€) - Chile (135,4 m€)
Holanda (161,6 m€) - México (47 m€)
Colômbia (218,6 m€) - Uruguai (185,2 m€)
Costa Rica (20,8 m€) - Grécia (64,7 m€)
França (373,4 m€) - Nigéria (89,5 m€)
Argentina (475,2 m€) - Suíça (124,1 m€)
Alemanha (465,5 m€) - Argélia (63 m€)
Estados Unidos (51,3 m€) - Bélgica (319,6 m€)
Veremos se o valor económico continua a não ser determinante, ou se vai contar mais a partir daqui.