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Domingos Amaral
Quem paga mais aos seus jogadores é mais facilmente campeão?
Os números assim o confirmam, e em Portugal essa regra verifica-se quase sempre.
Mais uma vez, a época passada não foi excepção, e confirmou essa dura realidade dos números.
Segundos os relatórios de contas de ambas as equipas, publicados na passada semana, o FC Porto teve uma despesa salarial total com jogadores e treinadores de 50,8 milhões de euros, e o Benfica teve uma despesa salarial de 48,14 milhões de euros.
Ou seja, o campeão foi o que mais gastou, seja em salários, seja em prémios, e isso é um bom indicador da qualidade e da motivação dos seus profissionais.
Quem continua a achar que isso não é importante, deveria lembrar-se de que este não é um caso isolado.
Em Portugal, nas últimas 12 temporadas, em 10 delas verificou-se que quem pagou mais foi campeão.
É verdade que foi quase sempre o FC Porto, mas também é verdade que, em 2010, na época que o Benfica de Jesus foi campeão, foi o Benfica quem mais pagou!
É evidente que a equipa do Benfica nesse ano era muito boa, com Ramires, Di Maria, Coentrão, David Luiz, Javi Garcia, e com Aimar e Saviola em grande forma. A qualidade era muita, e a despesa salarial naturalmente foi alta, o que compensou no fim.
No entanto, em todos os outros anos, foi o FC Porto que teve uma despesa salarial mais elevada, e foi o FC Porto que venceu no fim.
10 anos em 12 é uma amostra muito forte.
Os únicos anos que não verificam a regra "quem paga mais é campeão", são as temporadas de 2001-2002, em que o Sporting venceu, e de 2004-2005, em que venceu o Benfica.
Em ambos os casos, os campeões não foram quem mais pagava, que era o FC Porto.
No entanto, essas foram temporadas atípicas, pois em ambas o FC Porto mudou de treinador a meio.
Da primeira vez, saiu Octávio e entrou Mourinho, mas não deu para ser campeão.
Da segunda, o FC Porto teve três treinadores: Del Neri, Fernandez e Couceiro, e também não deu para ser campeão.
Portanto, pode-se dizer que há uma regra de ouro: o campeão é o que paga mais, desde que não haja instabilidade no banco.