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Ontem, Benfica e FC Porto fizeram o que se esperava, e seguiram em frente na Liga Europa.

Na Luz, o Benfica confirmou que é claramente mais forte do que o PAOK, vencendo com facilidade.

Em Frankfurt, o jogo foi espectacular, o FC Porto esteve com um pé fora, mas recuperou epicamente, e o empate 3-3 garantiu a passagem.

É na Liga Europa que os clubes portugueses mais podem ter sucesso, pois a Champions está fora do nosso alcance neste momento.

Quem tem visto os jogos percebe que equipas como o Real Madrid, o Bayern, o Barcelona, o Paris Saint Germain, o Dortmund, o Chelsea ou o Atlético de Madrid estão noutra galáxia.

Mesmo o City ou o Arsenal, já para não falar no Zenit e no Schalke, não têm qualquer hipótese de seguir em frente.

Repare-se que o FC Porto teve muitas dificuldades contra o 13º da Bundesliga, o Eintracht; mas o Real Madrid goleou o Schalke em Gelsenkirchen por 6-1.

Há uma diferença colossal entre certas equipas europeias e as nossas, e por isso é preferível ser bom na Liga Europa em vez de ser humilhado na Champions.

 

Agora, seguem-se dois adversários muito fortes. Para o FC Porto, o Nápoles; para o Benfica, o Tottenham.

Comparem-se as qualidades em ambos os confrontos, para estimar as probabilidades das equipas portuguesas.

Em termos de ranking da UEFA, o FC Porto é o 11º, enquanto o Nápoles é o 31º. 

Nos últimos cinco anos, o FC Porto é uma equipa mais habituada do que a italiana a jogar bem na Europa.

Porém, se olharmos apenas para o coeficiente desta época, o Nápoles está à frente, pois fez uma fase de grupos da Champions bem melhor.

Quanto a treinadores, os italianos levam vantagem: Benitez é muito mais experiente que Paulo Fonseca, já venceu uma Champions e uma Liga Europa, com Liverpool e Chelsea.

Em termos de valor do plantel, segundo o site transfermarkt, o do Nápoles vale 253 milhões de euros, e tem jogadores muito bons como Reina, Hamsik, Higuain, Callejón, embora a defesa não seja muito forte.

Já o FC Porto, tem um plantel avaliado em 183 milhões de euros, com Jackson, Mangala e Fernando.

É difícil dizer quem é mais forte, e internamente estão ambos em 3º nas respectivas ligas, um pouco abaixo do que se esperava.

Segundo o Euro Club Index, o Nápoles tem mais possibilidades de chegar à final (8,8%) do que o FC Porto (5,5%), mas a diferença é curta.

Será uma eliminatória imprevisível, com uma pequena vantagem para os italianos, pois jogam a segunda mão em casa.

 

No caso do Benfica e dos ingleses, as coisas são também equilibradas.

No ranking da UEFA, o Benfica é o 6º classificado, enquanto o Tottenham está apenas em 19º lugar.

No ano passado, os Spurs ficaram-se pelos quartos-de-final da liga Europa, tendo sido eliminados pelo Basileia, enquanto o Benfica chegou à final de Amesterdão.

No que toca a treinadores, parece-me que o Benfica tem clara vantagem, pois Jesus é muito mais experiente e bem sucedido do que Tim Sherwood.

Já quanto ao valor dos plantéis, são os ingleses têm vantagem.

No transfermarkt, o clube inglês tem uma equipa avaliada em 271 milhões de euros, com jogadores como Lloris, Vertonghen, Dembelé, Eriksen, Lamela, Lennon, Soldado ou Adebayor

Quanto ao Benfica, tem uma equipa avaliada em 190 milhões de euros, com jogadores como Garay, Salvio, Gaitan, Cardozo ou Markovic.

Porém, segundo o Euro Club Index, o Benfica tem mais possibilidades de chegar à final que o Tottenham, 12,4% contra 6% dos ingleses, o que demonstra uma certa vantagem encarnada.

Será também uma eliminatória muito equilibrada e empolgante, embora me pareça que o Benfica é ligeiramente favorito, até porque joga a segunda mão na Luz.

 

 

publicado às 10:16

Será que Benfica e FC Porto têm boas hipóteses de vencer a Liga Europa?

A resposta é sim, sobretudo o Benfica.

No site Euro Club Index, onde se calcula a probabilidade que cada clube tem de vencer uma determinada competição, baseado em cálculos estatísticos que levam em conta os resultados e a força da equipa, o Benfica está em 2º lugar.

Ou seja, o Benfica é o segundo candidato mais forte à Liga Europa, com uma probabilidade de vitória de 12,4%.

Está logo a seguir à Juventus, que tem uma probabilidade de vencer de 25,7%, e à frente do Valência, cuja probabilidade é de 10,4%.

 

Este estatuto não admira, pois o Benfica é neste momento o 6º no ranking da UEFA, com 112693 pontos acumulados.

Quando Jesus pegou na equipa há cinco anos, era o 26º ou 27º, e tem vindo sempre a subir.

É pois uma equipa muito forte na Europa, e na quinta-feira dificilmente se deixará surpreender pelo PAOK.

O clube grego é o 60º no ranking da UEFA, e o site Euro Club dá-lhe uma propabilidade de 0% de vencer a Liga Europa.

E, se compararmos o valor dos dois plantéis, a diferença é igualmente profunda: o do Benfica vale 190,7 milhões de euros, e o do PAOK vale apenas 58,75 milhões de euros, o que é menos que o plantel do Braga.

Não é pois provável que o PAOK possa surpreender a Luz, e o Benfica seguirá em frente.

 

E quanto ao FC Porto, como é que estamos?

Devido ao mau resultado da primeira mão, o FC Porto caiu no ranking do Euro Club.

Há uma semana, era o quarto candidato mais forte a vencer a Liga Europa, mas agora está em 7º lugar, com uma probabilidade de vitória na Liga Europa de apenas 5,5%.

É menos que o Benfica, mas ainda assim coloca o FC Porto como uma das equipas com mais responsabilidades na competição, que já venceu.

Será estranho que uma equipa como o Eintracht de Frankfurt consiga eliminar o FC Porto, pois a diferença entre as duas equipas é considerável.

No mesmo índice do Euro Club, o Eintracht é apenas a 15ª equipa com possibilidades de vencer a Liga Europa, com uma probabilidade muito pequena, de 1,5%.

 

E, se compararmos o ranking da UEFA, as diferenças também são muito cavadas: o FC Porto é o 11º no ranking da UEFA, com 97693 pontos nas últimas cinco épocas, enquanto o Eintracht não passa do 78º lugar, com apenas 26985 pontos acumulados.

O valor dos plantéis também apresenta diferença considerável.

Segundo o transfermarkt, o plantel do FC Porto vale 183,2 milhões de euros, enquanto o do Eintracht vale apenas 83,8 milhões de euros, menos que o plantel do Sporting.

Portanto, será uma desilusão o FC Porto ser eliminado pela equipa alemã, mas a verdade é que o FC Porto tem este ano surpreendido pela negativa, e por isso ser eliminado é uma real possibilidade. 

publicado às 09:52

Os adeptos de futebol tem, cada vez mais, a estranha tendência de achar que despedir o treinador muda alguma coisa.

Não é verdade: a grande maioria das vezes não muda quase nada.

Sim, há excepções, mas são raras, eu diria mesmo raríssimas, sobretudo quando o despedimento é feito em fase tardia da época.

Despedir um treinador em Agosto ou mesmo em Outubro, ainda dá muito tempo ao seguinte para tentar melhorar as coisas.

Fazê-lo em Fevereiro é praticamente inútil, pois o novo treindador pouco tempo tem para trabalhar.

 

O despedimento do treinador é uma espécie de descarga psicológica colectiva, mas traz poucas melhorias reais.

Num estudo feito para a Premier League, a inglesa Sue Bridgewater mostrou que depois do despedimento há normalmente uma ligeira melhoria, mas ao fim de poucos jogos regressa-se ao ponto onde se estava antes, ou mesmo a um ponto mais baixo.

Quase sempre, o processo de despedimento implica a perda de oito ou nove pontos, e torna impossível qualquer recuperação.

E fica-se mais ou menos na mesma, como aconteceu recentemente com o Tottenham, que despediu Villas-Boas e três meses depois está na mesma posição em que estava.

 

O despedimento de um treinador pode criar uma ilusão, mas é normalmente uma falsa ilusão.

Na verdade, os recursos à mão do próximo treinador serão os mesmos, e os jogadores não melhoram de um dia para o outro, nem aprendem um novo sistema em poucos dias.

Em vez de despedir Paulo Fonseca agora, agarrando-se à fantasia de que ainda é possível ser campeão, o FC Porto devia talvez preparar a próxima época melhor do que preparou esta, e olhar para as evidentes lacunas e falta de qualidade do seu plantel, preparando um regresso em força.

Paulo Fonseca pode ter os seus defeitos e ter cometido erros, mas os adeptos do FC Porto têm de se lembrar que ele não tem Hulk, Falcão, James, Moutinho, Guarin, Alvaro Pereira, Lucho, e que os jogadores que tem são de muito menor qualidade.

Josué, Licá, Herrera, Carlos Eduardo, Defour, não têm pedalada para os voos a que ambiciona a equipa, e mesmo Quaresma é um salvador da Pátria tardio e problemático.

Sem jogadores talentosos, há pouco que se possa fazer. 

 

A carreira de Paulo Fonseca tem sido boa? Não, é evidente que está muito abaixo do que se esperava.

Venceu a Supertaça, e ainda entrou bem no campeonato, mas depois começou a cair muito.

A Liga dos Campeões foi muito fraca, com 3 derrotas e apenas 5 pontos.

Porém, continua na Liga Europa, nas Taças de Portugal e da Liga, e no campeonato, embora o atraso seja importante, quem pode garantir que até ao final da época Benfica e Sporting não fraquejam também?

Os dois últimos anos dão razão a Pinto da Costa, que continua a querer manter Paulo Fonseca.

Também Vítor Pereira foi muito contestado, sobretudo na primeira época, e também ele andou muitos pontos atrás do Benfica, mas conseguiu recuperar e no final foi campeão dois anos seguidos.

A história pode não se repetir uma terceira vez, mas faz todo o sentido o presidente do FC Porto não ceder à pressão da rua.

 

Até porque, se examinarmos o histórico do FC Porto no que toca a despedimentos de treinadores, veremos que nunca essa solução deu bons resultados. 

Em 2001/2002, Pinto da Costa despediu Octávio, e foi buscar Mourinho ao Leiria.

No entanto, o clube não foi campeão, e só conseguiu o terceiro lugar, atrás de Sporting e Boavista.

A mudança de treinador pouco alterou.

Também em 2004/2005 se verificou algo semelhante. Apesar de ter uma grande equipa, que fora campeã da Europa, a orfandade da saída de Mourinho causou grande perturbação, e o clude despediu Del Neri, e meses depois o seu substituto, Fernandez.

Couceiro, o terceiro treinador desse ano, também não conseguiu ser campeão, e ficou atrás do Benfica de Trapattoni.

Portanto, das últimas duas vezes que despediu treinadores, o FC Porto não ganhou nada com isso. 

É pouco provável que este ano a história fosse diferente.

 

 

publicado às 10:09

Quais são os estádios com mais público na Europa, nesta temporada de 2013/2014?

Tomando apenas as assistências médias para os jogos das respectivas Ligas nacionais, eis o top 10 da Europa.

 

1º Borussia Dortmund, Signal Iduna Park, assistências média de 80496 espectadores

2º Manchester United, Old Trafford, 75172

3º Real Madrid, Santiago Bernabéu, 74299

4º Barcelona, Nou Camp, 73543

5º Bayern Munique, Allianz Arena, 71025

6º Schalke 04, Veltins Arena, 61692

7º Arsenal, Emirates Stadium, 60017

8º Borussia Monchengaldbach, Borussia Park, 52394

9º Hamburgo, Imtech Arena, 51225

10º Newcastle, St. James Park, 50347

 

Nos lugares seguintes, entre o 11º e o 20º estão os clubes seguintes: Hertha Berlim, Inter de Milão, Atlético de Madrid, Manchester City, Eintracht de Frankfurt, Estugarda, Paris st. Germain, Liverpool, Nápoles e Hannover.

O primeiro clube português é o Benfica, que não entra no top 25, com uma assistência média de 38843 espectadores, em 9 jogos já realizados na Luz.

Mais abaixo ainda estão o Sporting, com uma assistência média de 33295, e o FC Porto, com uma assistência média de 30835 espectadores no Dragão.

Visto à superfície, parece que estamos mal em termos de espectadores, mas a verdade é que não é assim tão mau como parece.

Apesar de tudo, as assistências médias dos nossos 3 principais clubes estão à frente das assistências médias dos principais clubes de países com muito mais população (turcos, gregos, polacos, ucranianos, russos e holandeses). 

À frente do Benfica só existem clubes alemães, ingleses, espanhóis, italianos e apenas um francês, o PSG. 

Não é nada mau, para clubes de um país com apenas 10 milhões de habitantes. 

 

publicado às 14:46

Eusébio nasceu em Janeiro, Ronaldo em Fevereiro, tal como Chalana e Futre.

Platini, Messi e Zidane, por seu lado, nasceram os três em Junho.

O que têm eles em comum? Nasceram todos no primeiro semestre, entre Janeiro e Junho.

Quer isto dizer que há mais probabilidade de se ser um bom jogador de futebol se nascermos no primeiro semestre do ano?

Pelos vistos, é assim.

As crianças nascidas na primeira parte do ano são mais avançadas nos primeiros anos da vida, o que aumenta a sua possibilidade de serem escolhidos pelos olheiros nas escolas de futebol.

Aos sete ou oito anos, e por vezes até mais tarde, aos 13 ou 14, os nascidos no primeiro semestre são mais altos, mais fortes, mais desenvolvidos, e isso aumenta as suas hipóteses.

 

É evidente que esta regra geral tem muitas excepções (Pelé nasceu em Outubro, Figo em Novembro), mas a verdade é que há mais jogadores nascidos no primeiro semestre do que no segundo.

Examinemos por exemplo as 16 equipas do campeonato português, pegando nos plantéis iniciais tal como aparecem nos Cadernos A Bola para a época 2013/2104.

12 equipas têm mais jogadores nascidos no primeiro semestre do que no segundo.

Eis a lista, seguida da percentagem de jogadores nascidos entre Janeiro e Junho:

 

Benfica - 68% dos jogadores nascidos no primeiro semestre

Nacional - 65,2%

Marítimo - 65,2%

Rio Ave - 62,5%

V. Setúbal - 62,5%

Arouca - 62,5%

Olhanense - 61,9%

Sporting - 60%

Paços de Ferreira - 59%

Estoril - 52%

V. Guimarães - 52%

FC Porto - 52%

 

Além destes, temos o Belenenses, que tem 50% de jogadores nascidos em cada parte do ano, e apenas 3 equipas que têm menos jogadores nascidos no primeiro do que no segundo semestre, que são o Gil Vicente (48% nascidos entre Janeiro e Junho); o Braga (45,8%); e por fim a Académica (43%).

Portanto, se o seu filho nasceu no primeiro semestre do ano, tem mais possibilidades de vir a ser um jogador de futebol, mas se nasceu no segundo, pode sempre ir tentar a sua sorte para Coimbra!

 

publicado às 16:38

Em relação há meses atrás, o Benfica tem vindo a melhorar, o FC Porto estabilizou e o Sporting perdeu alguma eficência.

O indicador que aqui costumo usar é o das percentagens de vitórias, com cada empate a valer meia-vitória.

Dá-se 2 pontos por vitória, 1 por empate, e depois divide-se pelo máximo de pontos possíveis nos jogos já disputados.

 

Assim, o Benfica disputou 32 jogos, em todas as competições oficiais.

Tem 24 vitórias, 5 empates e apenas 3 derrotas (uma no campeonato e duas na Champions).

Soma 48 pontos pelas vitórias e mais 5 pelos empates, ou seja 53, num total de pontos possíveis de 64 (32 x 2).

A percentagem de vitórias do Benfica de Jesus é pois de 82,8%.

Melhorou um pouco em relação a Janeiro, quando tinha 82,1%.

Veremos agora como vai esta percentagem ser afectada pelo início da Liga Europa.

 

Quanto ao FC Porto, disputou 33 jogos, mais um que o Benfica, pois esteve na Supertaça.

Tem 21 vitórias, 6 empates e 6 derrotas (3 no campeonato e 3 na Champions).

Soma 42 pontos pelas vitórias, mais 6 pelos empates, ou seja 48 num total de 66 possíveis (33 x 2).

A percentagem de vitórias do FC Porto de Paulo Fonseca é pois de 72,7%.

Subiu um pouco em relação a Janeiro, onde estava nos 72,4%.

Também neste caso teremos de ver como vai ser afectada esta percentagem pela Liga Europa, e ainda não se sabe igualmente se o FC Porto vai ou não continuar na Taça da Liga.

 

Por fim, o Sporting, que é o que tem menos jogos disputados, apenas 24, pois não está nas competições europeias.

Tem 15 vitórias, 6 empates e 3 derrotas (2 para o campeonato e 1 na Taça de Portugal).

Soma 30 pontos pelas vitórias, mais 6 pelos empates, ou seja 36 num total de pontos possíveis de 48 (24 x 2).

A percentagem de vitórias do Sporting de Leonardo Jardim é pois de 75%.

Há que ter em conta que fez menos jogos que os rivais, mas também que desceu, pois em Janeiro este número estava nos 78,5%.

E está ainda pendente a questão da Taça da Liga, para ver se o Sporting continua só numa frente, ou abre uma segunda.

 

Em conclusão: o Benfica tem vindo a melhorar os seus números desde Outubro, o FC Porto quebrou muito até ao Natal, mas depois estabilizou, e o Sporting teve duas pequenas quedas, mas continua com bons resultados. 

 

 

publicado às 14:32

Na jornada deste fim de semana, vários jornais desportivos escreveram que as assistências no Dragão estavam a descer muito, e que isso era um sinal do divórcio entre a equipa e os adeptos.

No entanto, foi uma conclusão precipitada, pois não é verdade que as assistências estejam a descer.

Até agora, e com 9 jogos para a Liga Zon Sagres já disputados em casa, a média de assistências no Dragão é de 30835 espectadores.

Ora, no ano passado, a média para os 15 jogos foi mais baixa, apenas 30278 espectadores.

Não parece pois haver uma grande diferença, e ainda por cima a média não está a baixar, mas a subir. 

 

E, se compararmos alguns jogos, um a um, veremos que essa tendência se confirma.

No FC Porto-Sporting, este ano estiveram 48108 espectadores, enquanto no ano anterior tinham estado apenas 38909.

No FC Porto-Marítimo, estiveram 41009 este ano contra os 27609 do ano passado.

Semelhante fenómeno se passou no FC Porto-Gil Vicente, que este ano levou ao Dragão 36517 espectadores, enquanto o ano passado apenas tinha levado 24202 espectadores.

 

É certo que houve jogos em que o número desceu, comparado com o ano anterior, como foi o caso do FC Porto-Guimarães (32209 contra 35503); o do FC Porto-Braga (31129 contra 31210), mas as quedas são menos fortes do que as subidas.

O que se passou é que FC Porto-Paços se disputou num dia de tempestade, e talvez por isso as pessoas tenham ficado em casa.

O jogo teve apenas 17307 espectadores, o que é pouco, mas não pode ser considerado uma preocupação, pois o ano passado também só tinham estado presente 22703.

 

Em conclusão: o mau tempo afeta mais do que se pensa, e a performance do FC Porto o ano passado não levou mais gente ao estádio do que a performance deste ano tem levado.

publicado às 10:58

Ontem, no derby, foi evidente a superioridade do Benfica, que ganhou bem e mostrou uma competência e uma capacidade muito fortes.

A forma como a equipa acelera e ataca é vertiginosa, e a forma como defende, que era o ponto fraco no início da época, está cada vez mais eficiente, concentrada e compacta.

Acho que ninguém já terá dúvidas hoje da previsão que aqui fiz em Dezembro, de que o Benfica é o mais forte candidato ao título este ano, e que só não será campeão se cometer erros disparatados nos pequenos jogos.

Além de estar mais forte e muito eficaz, o Benfica tem dois adversários que têm problemas. 

O FC Porto está abalado e instável, e o Sporting tem ainda alguma imaturidade para se manter ao mesmo nível.

 

É evidente que, como Jesus e o presidente já disseram, o campeonato é o objectivo primordial.

Perdida a possibilidade, bastante fantasiosa, de chegar à final da Champions que será na Luz, é claro que todos querem ser campeões nacionais.

Mas, parece-me que estando a equipa a jogar tão bem, e tendo demonstrado uma superioridade tão evidente nos confrontos com FC Porto e Sporting, julgo que o Benfica deve aspirar também a vencer as outras duas competições nacionais, Taça de Portugal e Taça da Liga.

Na primeira, teremos duas mãos, uma no Dragão, outra na Luz, e considero que o Benfica tem capacidade para eliminar o FC Porto e estar presente no Jamor.

O mesmo se passa na Taça da Liga, seja contra quem for a meia-final. 

Embora estes jogos não devam desconcentrar o Benfica do objectivo campeonato, é possível ir às duas finais, a equipa tem soluções para isso, e no final do mês ainda haverá Salvio, já recuperado da lesão.

 

Por fim, a Liga Europa.

Ao contrário do presidente Luís Filipe Vieira, eu nunca achei possível o Benfica chegar à final da Champions, mas acho muito possível chegar à final da Liga Europa outra vez.

Há equipas muito boas, mas o Benfica é uma delas.

No site Euro Club Index, onde são calculadas as probabilidades das equipas vencerem a Liga Europa, o Benfica aparece em 3º lugar, com 10,3% de probabilidade de ser o vencedor.

Acima do Benfica, só a Juventus, com 19,6% de probabilidade de ser a vencedora, e o Tottenham, com 13,2% de probabilidade de vencer a Liga Europa.

Atrás da equipa da Luz, estão o FC Porto, com 9%, o Shakhtar Donetsk, com 8%, e o Nápoles, com 7%.

Portanto, não há razão nenhuma para Benfica e FC Porto não aspirarem a ir o mais longe possível, e nenhum deve deixar de tentar.

Até porque, e ao contrário do que se costuma dizer, não há uma diferença financeira tão grande entre as duas competições.

Em 2011/2012, o Benfica chegou aos quartos-de-final da Champions, onde foi eliminado pelo Chelsea, e recebeu em prémios da UEFA a quantia de 22,3 milhões de euros.

Em 2012/2013, o Benfica fez a fase de grupo da Champions, e seguiu para a Liga Europa, chegando à final, e faturando um total de prémios da UEFA de 21,7 milhões de euros, apenas menos 600 mil euros que no ano anterior.

Ou seja, atingir a final da Liga Europa vale quase tanto como os quartos-de-final da Champions, e é por isso que esse objetivo deve ser tentado.

 

Em conclusão: a jogar como tem jogado, o Benfica deve atacar em todas as frentes ao mesmo tempo, e não se concentrar apenas numa.

É assim com todas as grandes equipas da Europa, nunca desistem de objetivos, principalmente quando têm qualidade para aspirar a alcançá-los. 

 

publicado às 11:50

Como os meus leitores bem sabem, no início eu tinha bastantes dúvidas que, em ano de recessão e crise, fosse possível a Benfica TV ser um grande sucesso.

Para mais, a equipa acabara o ano anterior em estado de choque, e o início desta temporada foi difícil, o que ainda aumentava o meu cepticismo.

Porém, a Benfica TV ultrapassou claramente todas as minhas expectativas.

Atingir 300 mil assinantes em meados de Fevereiro, com parte importante da época ainda por chegar, é excelente.

Embora o "derby" contra o Sporting seja o último grande jogo em casa para o campeonato, a verdade é que, continuando a equipa na frente, cada jogo será um ponto forte para vender mais subscrições, pois a excitação do final do ano é propícia a mais assinaturas.

 

E, com 300 mil assinantes, o Benfica está muito melhor do que se tivesse aceite a última proposta da Olivedesportos, de 22,2 milhões de euros por ano?

Esse era um lucro líquido, sem custos de transmissão ou outros, e por isso teremos de calcular o lucro líquido da Benfica TV com 300 mil assinantes.

Para já, vamos considerar que a média mensal é de 300 mil assinantes, para 12 meses.

É possível que não seja, pois pode haver desistências, mas para já vamos considerar que é.

Retirando a parcela de Iva, temos que cada assinante paga 8,05 euros por mês, ou 96,6 euros por ano.

Se multiplicarmos este valor por 300 mil, temos um valor total de 28,98 milhões de euros por ano.

Contudo, há uma parcela deste valor que fica nos operadores (Meo, Zon, Vodafone, Cabovisão).

Embora não conheça os detalhes concretos da divisão de receitas entre as operadoras e o Benfica, podemos admitir um cenário em que, até 100 mil assinantes é metade para os operadores e metade para o Benfica, e para os restantes 200 mil assinantes é tudo para o Benfica.

Dessa forma, teríamos que anualmente seria 100 mil vezes 48,3 euros pela primeira parte, e 200 mil vezes 96,6 euros pela segunda parcela.

A receita total de subscrições para o Benfica seria pois de 24,15 milhões de euros por ano (100000x48,3 + 200000x96,6)

 

A este valor haveria que somar as outras receitas de publicidade e vendas de direitos para o estrangeiro, que Filipe Soares de Oliveira disse recentemente serem de cerca de 8 milhões de euros, e diminuir os custos da Benfica TV, seja em pessoal, seja em transmissões, seja em compra de direitos de outras ligas (Premier League, etc), que o director financeiro do clube disse serem de 9 milhões de euros.

Portanto, a receita final líquida do Benfica seria de 23,15 milhões de euros (24,15 + 8 - 9).

A conclusão que podemos pois retirar é que, com uma média mensal de 300 mil assinantes, a Benfica TV consegue receitas líquidas superiores à da última proposta da Olivedesportos.

 

Assim, é evidente que este foi um projecto vitorioso para o Benfica, que não só deixou de depender da Olivedesportos e da SportTV, o que é uma libertação política muito relevante, como financeiramente atinge um resultado ligeiramente superior ao que obteria no caso de venda dos direitos à Olivedesportos.

No entanto, há que admitir também que a Benfica TV possa ter provocado uma ligeira quebra no número de espectadores no estádio da Luz, o que representa uma perda de receita.

É assim? 

Na época passada, em 15 jogos, o Benfica teve uma média de espectadores na Luz de 42359 por jogo.

Este ano, com apenas 9 jogos, já contando com cerca de 60 mil espectadores no Benfica-Sporting, a média por jogo está nos 40100 (segundo os números da Liga, apenas para jogos da Liga Zon Sagres). 

Essa ligeira quebra de espectadores na Luz representará cerca de meio milhão de euros de perda de receitas de bilheteira, até agora.

Resta saber se é possível recuperar esses espectadores.

Se o Benfica se mantiver à frente do campeonato, nos seis jogos que faltam pode ter enchentes, e até ultrapassar a média do ano anterior, e a perda será irrelevante.

Mas, para já, há uma ligeira perda.

Contudo, mesmo assim não é suficiente para pôr em causa a grande vitória que é Benfica TV.

Acho que o presidente Luís Filipe Vieira merece os parabéns pela aposta e pelos resultados.  

 

publicado às 10:36

Segundo a imprensa desportiva, o jogador Fernando renovou contrato com o FC Porto até 2017.

Assim termina uma longa novela, que começara há mais de um ano, quando Fernando disse que não desejava renovar e que queria ir para os outros campeonatos.

O processo arrastara-se, e como o contrato do jogador com o FC Porto terminava em Junho deste ano, o clube corria o risco de ver sair um dos seus activos mais valiosos sem receber nada em troca.

A seguir a Jackson e Mangala, Fernando é o jogador com maior valor de mercado no FC Porto, valendo cerca de 18 milhões de euros nos sites da especialidade.

Durante o mês de Janeiro, o braço de ferro entre clube e jogador esteve ao rubro.

Fernando esteve para ser vendido, junto com Mangala, ao Manchester City, mas à última da hora o FC Porto recusou a proposta.

Depois, correu a notícia que a renovação falhara, e que Fernando não mais jogaria de azul e branco até ao final da época.

Disse-se também que ele já teria assinado um pré-contrato com o City para Junho, saindo a custo zero.

 

No meio de grande especulação, o que se pode concluir é que a situação esteve quase a romper, mas à última da hora o FC Porto cedeu, e fez-lhe uma proposta de renovação irrecusável.

Fernando venceu o braço de ferro com o clube, e isso aconteceu porque o FC Porto estava numa posição de vulnerabilidade.

Se não renovasse, o clube não só perdia a possibilidade de realizar uma mais valia futura, como teria de o colocar de "castigo" até Junho, perdendo um elemento essencial do meio-campo.

Se a equipa já não anda bem, sem Fernando seria convocar o desastre.

Sentindo essa fragilidade, o jogador e o empresário esticaram a corda e ganharam.

 

Segundo se diz, Fernando vai ganhar 4 milhões de euros de salário anual, recebe um prémio de assinatura de 1,5 milhões, e ainda tem direito a 10 por cento de qualquer transferência futura.

É um fabuloso contrato para o jogador, e o mais elevado salário de sempre que um clube português paga.

Nem Hulk, nem Falcão ganharam tanto.

Porém, é provável que o jogador saia já em Junho, e portanto o custo será recuperado nessa altura com a mais valia da venda.

Poderá vir a ser um bom negócio para o FC Porto quando a venda se der, mas para já apenas foi um excelente negócio para o jogador!

 

publicado às 10:26

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Sobre o autor

Domingos Amaral é professor de Economia dos Desportos (Sports Economics) na Universidade Católica Portuguesa. É também jornalista e escritor e tem o blog O Diário de Domingos Amaral.

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