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Domingos Amaral
A SAD do Benfica aprovou as contas do ano que terminou em Junho, onde apresentou um prejuízo de 10,3 milhões de euros, um pouco menos do que na época anterior.
É importante lembrar que nestas contas estavam incluídas duas importantes vendas de jogadores, Witsel e Javi Garcia, mas mesmo assim a SAD deu prejuízo, pois o elevado investimento em novos jogadores (Salvio, Ola John, Lima, etc) comeu os ganhos.
Por outro lado, houve ligeiras perdas em receitas de bilheteira, e em prémios da UEFA.
Além disso, os resultados financeiros continuam com perdas consideráveis, em juros e afins, nos 22,6 milhões de euros, e isso desequilibra as contas.
O Benfica está muito "alavancado", com uma dívida bancária de curto prazo elevada, nos 162 milhões de euros, e com dívidas a fornecedores de 49 milhões de euros e a outros credores de 47,3 milhões de euros.
É muita dívida.
Bem sei que o Benfica tem activos valiosos: o estádio e as infraestruturas que o rodeiam, o centro de estágio do Seixal, a marca, o valor dos passes dos jogadores.
Mas, a opção pelo endividamento tem custos altos, e infelizmente os resultados desportivos deixaram a desejar.
Se a equipa tivesse ganho a Liga Europa e o campeonato, esta dívida elevada justificava-se, mas assim deixa uma sensação estranha de inutilidade.
Talvez fosse bom o Benfica "desalavancar".
Pagar dívida com mais dívida, a taxas de 6 ou 7% é caro, e não resolve o problema do "fair play" da UEFA, que obriga os clubes a não terem 3 anos seguidos de prejuízos.
É certo que, com a Benfica TV a correr muito bem (mais de 230 mil assinantes), o Benfica poderá contar com 15 milhões de lucros adicionais vindos das receitas televisivas.
Só isso quase chega para dar lucro em Junho de 2014.
Mesmo que a carreira europeia não corra muito bem, seja na Champions, seja na Liga Europa, bastará ao Benfica vender em Janeiro um ou dois jogadores bem vendidos, para o ano ser mais equilibrado.
Contudo, acho que o clube podia "desalavancar", aumentando os seus capitais próprios e diminuindo a sua dívida de curto prazo.
Há duas formas de o fazer: transformando dívidas em capital ou aumentado os seus capitais em bolsa.
A primeira opção, já seguida pelo Sporting e aconselhada também pela UEFA, é perfeitamente possível.
Mas, com o bom momento que se vive nas bolsas, incluindo na portuguesa, o cenário de um aumento de capital pode ser muito atrativo.
O Benfica pode perfeitamente conseguir mais 30 ou 40 milhões de euros através da subscrição de novas acções, dispersando mais capital na bolsa.
O argumento da Benfica TV, bem como a melhoria visível da performance da equipa, permitem avançar para uma solução dessas.
Seria inteligente, pois traria um equilíbrio financeiro mais saudável à SAD, diminuindo a sua dívida e a sua dependência do financiamento bancário.
Eu sei que o futebol não tem tanto apelo bolsista como os CTT e outras empresas, mas com as poupanças que existem por aí, ir à bolsa pode ser a solução.
O FC Porto tem tido uma anómala sequência de maus resultados.
Nos últimos cinco jogos, por exemplo, obteve 4 empates e apenas uma vitória, para a Taça, com o Guimarães.
Não conseguiu ganhar nem na Champions, empates com Zenit fora e com o Áustria de Viena em casa, nem no campeonato, empates com o Belenenses no Restelo e no Dragão com o Nacional.
Embora ainda não esteja arredado da Champions, é evidente que os resultados são muito abaixo do que se esperava.
No Dragão, o FC Porto não conseguiu ganhar nenhum dos 3 jogos, acumulando duas derrotas, com Atlético de Madrid e Zenit, e um empate, contra o fraquíssimo Áustria.
E, no campeonato, em apenas duas jornadas, o FC Porto viu esfumar-se uma importante vantagem de quatro pontos perante Benfica e Sporting, e lidera agora com apenas um ponto mais que os rivais.
Como explicar esta anormal perda de eficácia?
É claro que podemos dizer que Paulo Fonseca não está a demonstrar as qualidades esperadas, e não tem capacidade de liderança para um clube com o grau de exigência do FC Porto.
É possível, mas a verdade é que no arranque da época, a eficácia do FC Porto estava lá, e houve uma notável sequência de bons resultados.
Poderemos também dizer que os problemas de Pinto da Costa podem afetar o balneário, mas é pouco provável que exista uma ligação imediata, pois o incidente com a saúde do presidente foi no meio da série má, e não antes.
Quanto a mim, a explicação é mais profunda, e tem a ver com a qualidade dos jogadores.
Em Junho, o FC Porto vendeu dois grandes talentos, James e Moutinho, e essas saídas representaram uma perda importante, não estando os substitutos à altura.
Josué e Licá, por melhor que joguem, não valem o mesmo. Varela é intermitente, e nas alas há menos qualidade.
Quintero pode ser adorado pelos sócios, mas a verdade é que não joga muito, talvez por problemas físicos.
Lucho, por outro lado, está mais velho; e Herrera e Defour não são craques.
Por fim, há a estranha tristeza de Jackson, que parece não estar feliz nem inspirado, provavelmente porque desejava estar noutro clube desde o Verão.
Ao mesmo tempo, aquela que todos dizem ser a melhor defesa de Portugal - Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro - comete erros estranhos, parecendo os jogadores desconcentrados.
Há menos qualidade este ano no FC Porto, e mesmo a que ainda existe, que é muita, parece desligada e com falhas de confiança.
Um dos indicadores que aqui costumo apresentar, muito usado nas escolas de economia e gestão, é a percentagem de vitórias, ou "win percent".
A convenção internacional aplico, defende que para calcular o "win percent" se deve multiplicar por 2 o número de vitórias, e por 1 o número de empates, e depois dividir essa soma pelo total máximo de pontos que se pode obter, ou seja 2 vezes o número total de jogos.
Assim, sabemos que o FC Porto, até agora, já disputou um total de 18 jogos (10 no campeonato, 5 na Champions, 2 na Taça e 1 na Supertaça).
Tem 11 vitórias, 5 empates e 2 derrotas.
Tem um total de pontos de 22 (2 x 11 vitórias) mais 5 (1x5 empates), ou seja 27, em 36 possíveis (2 x 18).
O win percent do FC Porto é portanto de 75% (27 a dividir por 36).
Há dois meses atrás era de 85% e há um mês atrás era de 76,6%.
O FC Porto tem vindo pois a piorar desde há dois meses, o que é um motivo claro de preocupação.
E o Benfica, como está?
O Benfica comandado por Jorge Jesus disputou até agora 17 jogos, menos 1 que o FC Porto, pois não jogou a Supertaça.
Tem 11 vitórias, 3 empates e 3 derrotas, o que dá um total de 25 pontos (2x11+3) em 34 possíveis (2x17).
O Benfica tem pois um win percent de 73,5%.
Subiu bastante, há dois meses este indicador estava em 66,6% e há um mês estava em 67,8%.
O Sporting de Leonardo Jardim tem uma situação um pouco diferente, pois disputou apenas 12 jogos, uma vez que não está nas competições europeias.
Venceu 8, empatou 2 e foi derrotado por 2 vezes.
Tem 18 pontos (2x8 + 2) em 24 possíveis (2 x 12).
O win percent do Sporting é pois de 75%, idêntico ao do FC Porto e um pouco acima do Benfica, mas com menos jogos.
Também desceu nos últimos tempos, estava em 85,7% há dois meses, e em 80% no início de Novembro.
A conclusão que estes números mostram é pois óbvia: o Benfica está em clara ascensão, depois de ter começado mal a época, o FC Porto está em evidente perda, e o Sporting também perdeu alguma eficiência.
A Pepsi cometeu um erro grave e imperdoável para uma grande marca internacional.
Ao entrar numa campanha negativa, contra Cristiano Ronaldo e contra Portugal, a Pepsi fez uma coisa que nenhuma marca antes tinha feito: atacar uma celebridade e ofender um país.
Até esta semana, a relação das grandes marcas com as celebridades desportivas, e com os países, era sempre positiva.
Há grandes marcas que se associam a grandes jogadores, e que ganham muito com isso; e há grandes marcas que se associam com países (Sagres, etc) e que também ganham muito com isso.
Essa associação faz sentido, e costuma ser "win-win", boa para a marca e boa para as celebridades ou países.
No entanto, não conheço exemplos de marcas que realizaram campanhas negativas contra celebridades ou países.
Ou antes, não conhecia, pois foi isso que a Pepsi fez.
O erro foi de palmatória, e teve consequências imediatas.
A Pepsi desceu brutalmente na consideração dos portugueses, e a opinião pública tem agora uma péssima imagem da marca.
Se vai haver ou não consequências graves em termos de vendas, não sabemos ainda, mas como a Pepsi já vendia pouco, os danos não serão catastróficos.
O que nos leva a suspeitar que jamais a Pepsi sueca teria feito uma campanha destas contra um jogador francês, inglês, alemão, espanhol ou italiano.
Alguém acredita que a Pepsi fizesse isto a Ribery, Rooney, Ozil, Iniesta ou Balotelli?
Nesses casos, haveria danos muito mais graves, pois são mercados grandes, muito maiores do que o português.
Mas, como se tratava de Portugal, mercado pequeno, a Pepsi não se incomodou e insultou, não só o capitão da seleção, como todos os portugueses.
Para azar da Pepsi, o insulto veio num momento de enorme exaltação nacional, pois Portugal fez um jogaço e eliminou a Suécia.
O erro foi também de timing.
Como agravante, a Pepsi elegeu como alvo um jogador que, neste momento, é o melhor do mundo, e que está a jogar brutalidades.
Ou seja, Ronaldo nunca foi tão genial e tão consensual, e por isso atacá-lo, nos dias que correm, faz sempre ricochete.
Que o diga Blatter, que teve de pedir-lhe desculpa depois daquela comédia pífia, e que o diga agora a Pepsi.
O pior para a marca é que nada valem as desculpas apresentadas, o erro grave está feito.
É por estas e por outras que a Pepsi é uma marca em decadência mundial há muitos anos.
Num estudo cujos resultados apareceram publicados em vários jornais, a escola de marketing IPAM concluiu que o Mundial de Futebol do Brasil terá um impacto de 200 a 609 milhões de euros na economia portuguesa.
Esta variação depende, como é óbvio, do sucesso da seleção no torneiro.
O estudo previa que, mesmo que Portugal não se qualificasse, o impacto mínimo seria de 200 milhões.
No entanto, como todos ontem podemos assistir, a equipa de Paulo Bento, com um fabuloso Ronaldo, eliminou a Suécia, e estará no Brasil.
Assim, a primeira etapa está ultrapassada, o que significa que, no mínimo, a seleção fará 3 jogos no Brasil.
Se ficar apenas na primeira fase, o estudo do IPAM conclui que o impacto será mesmo assim de 438 milhões de euros, contando com as receitas que geram o estágio e os jogos oficiais.
A partir daqui, o impacto vai subindo, até chegar a um valor máximo estimado em 609 milhões de euros, caso Portugal seja campeão do mundo na final.
Como se chega a estes valores?
Segundo foi noticiado, o IPAM usa um modelo inglês, da UKSports, uma agência governamental inglesa.
Nesses modelos, há dois tipos de impactos que se devem levar em conta.
Os primeiros são os "impactos económicos directos": receitas dos jogos, receitas da federação, receitas das empresas de televisão durante a transmissão dos jogos, aumento de consumo durante os jogos, em restaurantes, bares e supermercados; ou despesas de viagens dos portugueses que vão ao Brasil e que voam na TAP e usam agências portuguesas para lhes marcar a estadia.
É evidente que, sendo o Mundial no Brasil, as receitas de bilheteira dos jogos não são para Portugal, mas deve-se aqui contar com um ou dois jogos particulares, ainda em Portugal, que a seleção vai certamente jogar antes de partir para o Mundial.
As receitas que a FIFA distribui, depois do Mundial, também têm de ser consideradas, pois são receitas da Federação Portuguesa de Futebol, e aumentarão se a equipa chegar longe.
Haverá direito a prémios por resultados, e uma partilha das receitas televisas da FIFA, embora em Portugal esse seja um item com menos força, pois o país não representa uma grande audiência.
Mas, se pensarmos que em 2010 os direitos televisivos foram vendidos pela FIFA por 2,6 biliões de euros, alguma coisa cá chegará em 2014.
De seguida, temos de ver qual a receita adicional directa para as televisões que vão transmitir o Mundial.
Seja nas semanas antes dos jogos, seja durante as transmissões e todo o torneio, há sempre um crescimento adicional de receitas publicitárias, e que pode ser significativo.
A estes benefícios, há que somar ainda o aumento dos consumos do portugueses durante a transmissão dos jogos.
É sabido que muitos vão a restaurantes, cafés e bares, ver os jogos e isso aumenta a receita desses locais.
Além disso, muitos organizam jantares ou encontros em casa, recebendo amigos, que trazem sempre cerveja, comidas, etc.
Há igualmente que contar com vendas adicionais de televisões, para ver os jogos; e mesmo com aumentos de despesas em deslocações, que se não houvesse jogo não existiam.
É evidente que alguma dessa despesa adicional seria feita mesmo que a Seleção não fosse ao Brasil, mas com Portugal presente, o impacto no consumo será certamente muito maior.
Por fim, há também que contabilizar as viagens. É provável que muitos portugueses rumem ao Brasil, para assistir a alguns jogos, e o façam utilizando empresas portuguesas, como a TAP ou agências de viagens. Esta despesa adicional, que só existe por causa do Mundial, deve ser acrescentada também.
Além dos impactos económicos directos, há que considerar os "impactos económicos indirectos". A despesa inicial que se faz com estes eventos, irá depois circular pela economia, gerando novos consumos.
Os donos dos restaurantes e bares, com o dinheiro extra devido a terem mais clientes durante o Mundial, se calhar vão celebrar comprando alguma coisa, ou comprando uma televisão nova lá para casa.
Assim, neste tipo de estudo, é costume aplicar ao "impacto económico directo" um multiplicador, para obtermos o "impacto económico indirecto".
Na maior parte dos casos, o multiplicador costuma ser próximo de 2.
Ou seja, se o "impacto económico directo" for 200 milhões de euros, o impacto total será de 400 milhões, sendo que 200 milhões são o "impacto económico indirecto".
Olhando para o estudo do IPAM, podemos talvez considerar que, dos 609 milhões de euros previstos se Portugal for até à final, 300 seriam de "impactos económicos directos", e 300 de "indirectos", embora eu não tenha tido acesso aos critérios do estudo, e por isso esta seja apenas uma estimativa intuitiva.
São estes estudos fiáveis e credíveis?
Nos últimos anos, têm sido levantadas algumas objecções a este tipo de estudos, considerando que eles normalmente exageram os benefícios económicos, pois apenas captam os efeitos de aumento de despesa bruto, e não o aumento de despesa líquido.
Porém, neste caso, é evidente que a maior parte das receitas não existiria se não houvesse Mundial, e parece também óbvio que os consumos em restaurantes e supermercados não seriam certamente tão altos.
É claro que se deve considerar só a receita extra, a diferença entre um dia normal e um dia de Mundial, mas parece-me evidente que ela é grande.
E, no caso das viagens de portugueses para o Brasil, também só se devem considerar as viagens que foram propositadamente por causa dos jogos, e não as outras, que existiram na mesma sem Mundial.
Agora, se muitos portugueses não forem na TAP, mas em empresas de aviação brasileira, essa receita já não é portuguesa, e não deve ser considerada.
Em resumo: embora não saiba em pormenor os números que o IPAM usou, não me parece que os resultados do estudo estejam exagerados, e é provável que o impacto do Mundial em Portugal seja um acontecimento económico relevante em 2014.
Se serão 600 milhões, mais ou menos, depende um pouco da fórmula de cálculo usada, mas é provável que o número não ande longe desse.
Depois de mais uma ronda de Liga de Campeões, confirma-se o que já aqui escrevi, que tanto o FC Porto como o Benfica têm muito poucas hipóteses de fazer boa carreira na prova.
A final, que este ano se disputa na Luz, parecia no início da época uma grande motivação para ambos.
O FC Porto dizia que gostava de ganhar a prova em casa do seu maior rival, e o Benfica dizia que queria ganhar a final em sua casa!
Ambas as afirmações me pareceram sempre um pouco delirantes, e ao fim de quatro jogos na Champions, acho que muitos já têm a mesma opinião que eu.
O FC Porto está a fazer uma prova muito abaixo do que é habitual, e já perdeu dois jogos em casa, com Zenit e Atlético.
O Benfica também não está melhor, com duas derrotas, em Paris e Atenas, sendo que esta última foi com o concorrente directo para o segundo lugar, o Olympiakos.
Embora matematicamente ambas se possam ainda apurar, começa a ser difícil.
Veremos o que nos dizem as próximas jornadas, mas com a eficácia mediana que têm apresentado, dificilmente as duas equipas portuguesas podem ir muito longe na competição.
O mais certo, neste momento, é ambas caírem para a Liga Europa, onde seriam certamente candidatas claras a chegar à final.
E como estamos de percentagens de vitórias?
Como os meus leitores habituais sabem, esse é um indicador que uso muito, pois é muito útil para fazer comparações em economia do desporto.
No futebol, a percentagem de vitórias calcula-se dando 2 pontos a cada vitória, e 1 a cada empate, somando o total, e dividindo depois pelo número máximo de pontos que se podia obter se tivessemos vitórias nos jogos todos.
Assim, um clube com 1 vitória e 1 empate, tem uma percetagem de vitórias de (2+1/4), ou 75%.
É um critério internacional, e dá-se 2 pontos por vitória para que os números possam ser comparados com o passado, quando era essa a pontuação.
Qual a percentagem de vitórias do FC Porto, de Paulo Fonseca?
Entre Supertaça, Campeonato, Champions e Taça, o FC Porto já disputou 15 jogos.
Obteve 10 vitórias, 3 empates e 2 derrotas, ambas na Champions.
Ou seja, somou 23 pontos em 30 possíveis, e tem portanto uma percentagem de vitórias, ou "win percent", de 76,6%
Há um mês atrás estava bem melhor, em 85%, mas desceu um bom bocado, o que mostra que os resultados estão a piorar.
E qual a percentagem de vitórias do Benfica, de Jorge Jesus?
O Benfica disputou 14 jogos, menos um que o FC Porto, pois não jogou a Supertaça.
Venceu 8 jogos, empatou 3, e teve 3 derrotas, uma no campeonato e duas na Champions.
Ou seja, somou 19 pontos (2x8 + 3) em 28 possíveis (2 x 14), o que dá uma percentagem de vitórias de 67,8%.
Subiu ligeiramente no último mês (estava em 66,6%), mas ainda está muito abaixo do ano passado, onde chegou aos oitenta e tal por cento.
Por fim, qual a percentagem de vitórias do Sporting, de Leonardo Jardim?
É preciso recordar que o Sporting tem apenas 10 jogos disputados, nove para o campeonato e um para a Taça.
Desses, venceu 7, empatou 2 e foi derrotado uma vez, no Dragão.
Ou seja, somou 16 pontos (7x2 + 2), em 20 possíveis (10 x 2), o que dá uma percentagem de vitórias de 80%.
Também desceu um pouco, no último mês estava em 85,7%, e embora apresente um valor mais elevado do que os adversários, há que levar em conta que o grau de dificuldades dos jogos foi menor, pois não disputou jogos na Europa.
Quem paga mais aos seus jogadores é mais facilmente campeão?
Os números assim o confirmam, e em Portugal essa regra verifica-se quase sempre.
Mais uma vez, a época passada não foi excepção, e confirmou essa dura realidade dos números.
Segundos os relatórios de contas de ambas as equipas, publicados na passada semana, o FC Porto teve uma despesa salarial total com jogadores e treinadores de 50,8 milhões de euros, e o Benfica teve uma despesa salarial de 48,14 milhões de euros.
Ou seja, o campeão foi o que mais gastou, seja em salários, seja em prémios, e isso é um bom indicador da qualidade e da motivação dos seus profissionais.
Quem continua a achar que isso não é importante, deveria lembrar-se de que este não é um caso isolado.
Em Portugal, nas últimas 12 temporadas, em 10 delas verificou-se que quem pagou mais foi campeão.
É verdade que foi quase sempre o FC Porto, mas também é verdade que, em 2010, na época que o Benfica de Jesus foi campeão, foi o Benfica quem mais pagou!
É evidente que a equipa do Benfica nesse ano era muito boa, com Ramires, Di Maria, Coentrão, David Luiz, Javi Garcia, e com Aimar e Saviola em grande forma. A qualidade era muita, e a despesa salarial naturalmente foi alta, o que compensou no fim.
No entanto, em todos os outros anos, foi o FC Porto que teve uma despesa salarial mais elevada, e foi o FC Porto que venceu no fim.
10 anos em 12 é uma amostra muito forte.
Os únicos anos que não verificam a regra "quem paga mais é campeão", são as temporadas de 2001-2002, em que o Sporting venceu, e de 2004-2005, em que venceu o Benfica.
Em ambos os casos, os campeões não foram quem mais pagava, que era o FC Porto.
No entanto, essas foram temporadas atípicas, pois em ambas o FC Porto mudou de treinador a meio.
Da primeira vez, saiu Octávio e entrou Mourinho, mas não deu para ser campeão.
Da segunda, o FC Porto teve três treinadores: Del Neri, Fernandez e Couceiro, e também não deu para ser campeão.
Portanto, pode-se dizer que há uma regra de ouro: o campeão é o que paga mais, desde que não haja instabilidade no banco.